Se você não souber por onde está caminhando, dificilmente chegará a seu destino final, concorda? Então, caro empreendedor, creio que já saiba, ainda que inconscientemente, do que consiste o roadmap, essa técnica largamente utilizada em quase todas as áreas ligadas à criação à criação e gerenciamento.
Roadmap, como o nome sugere, é uma espécie de mapa, uma poderosa ferramenta visual e descritiva que apontará como será o produto ou projeto a cada período de sua evolução. Essa “bússola gerencial” alinhará todos os stakeholders (interessados no projeto) em torno dos mesmos passos sequenciais rumo à construção integral do produto/serviço. Deixará todos os envolvidos cientes do processo de evolução e quais variáveis envolvem esse caminho.
Para ficar mais claro, imagine o caso do desenvolvimento de um software. Quem trabalha em uma startup nessa área, sabe que para chegar ao seu sonhado MVP (Minimum Viable Product, ou, em português, Produto Mínimo Viável), é necessário ter, primeiramente, uma ideia genial, a qual será seguida por inúmeros testes de validação. Uma vez verificado que sua ideia (aplicativo), de fato, representa um potencial interesse a um dado mercado consumidor, é preciso partir para sua construção, partir para a prática. Mas é nessa etapa que muitos empreendedores promissores acabam afundando.
Você tem em sua mente o produto final, mas sabe por onde começar? Está com centenas de milhões de ideias megalomaníacas, mas consegue filtrar quais funcionalidades básicas esse software deve ter? O que agregaria mais valor (e, portanto, deve ser feito primeiro) dentro das suas limitações orçamentárias?
Fica difícil se organizar se não temos um roteiro sequencial de como materializar nosso projeto. Esse é o papel de um roadmap.
Por que preciso de um roadmap?
Um roadmap deve orientar um empreendedor como um script roteiriza as ações de um ator de novelas; como um mapa de navegação define a linha de percurso de um timoneiro; como uma partitura direciona cada nota de um exímio violoncelista em um concerto.
O objetivo do mapa é alinhar diferentes visões para responder de forma coordenada a 3 perguntas relacionadas com a evolução da organização ou do negócio: “onde estamos?”, “ onde queremos chegar?” e “como chegaremos?”.
Não ache que a função de um roadmap é apenas harmonizar a sequência de ações entre os interessados, ou seja, melhorar o fluxo de comunicação dos passos que levam ao produto. A principal razão para criar um mapa como esse é facilitar o processo de organização das próprias ideias do desenvolvedor do produto, a fim de que ele possa saber o que priorizar, de modo a agregar o máximo de valor ao seu negócio. Vale lembrar também que um roadmap ajuda a mensurar o possível orçamento do produto.
Como fazer um roadmap?
Na prática, um roadmap é uma espécie de linha do tempo visual, abaixo da qual deverão ser relacionados todos os itens que farão parte do crescimento do produto, por data. Para montá-lo, recomendamos:
1. Transportar sua ideia para o papel e validá-la junto aos seus potenciais clientes;
2. Uma vez validada, é hora do brainstorm: todas as possíveis funcionalidades que podem resolver o problema de seus clientes devem ser listadas;
3. Etapa de organização e hierarquização dos elementos listados no item anterior (aqui entra a construção do roadmap, propriamente dito): confrontar os objetivos de sua empresa, as expectativas de seus clientes e as suas limitações orçamentárias. A partir dessa intersecção, poderão ser organizadas as funcionalidades, uma a uma, em cada ponto da sua linha do tempo.
4. Esse roteiro deve ser revisto periodicamente, de acordo com as manifestações dos seus consumidores, mudanças tecnológicas, alterações de tendências ou detecção de falhas.
Como priorizar um roadmap?
Quer aprender quais variáveis devem ser consideradas para priorizar os elementos de seu “mapa de navegação”? Então vamos aprender com um tal de Jobs. Steve Jobs:
“algumas pessoas acham que foco significa dizer sim para a coisa em que você irá se focar. Mas não é nada disso. Significa dizer não às centenas de outras boas ideias que existem. Você precisa selecionar cuidadosamente aquilo que é realmente importante ao seu negócio”.
Lembra que o aconselhamos a deixar a palavra “foco” ecoando em sua mente? Pois aqui é um ponto em que ele será primordial para não permitir que suas ideias o engulam. Afinal, quando temos muitos caminhos diante de nossos olhos, a chance de nos perdermos aumenta significativamente. Assim, desenvolver um produto que seja útil aos seus clientes envolve aprender a enxergá-lo por 2 prismas distintos: o produto coeso, finalizado e completo e, de outro lado, esse mesmo produto destrinchado em microfunções escolhidas cuidadosamente pelo empreendedor.
Mas como saber o que deve vir primeiro? Existem alguns critérios comuns para exercitar a priorização (foco) em seu roadmap:
• Sugestões embutidas no produto
O mais óbvio dos caminhos, mas não menos funcional: alguns produtos, pela sua própria natureza, permitem que seja inserido nele um espaço para manifestação dos clientes (no caso de um software). É possível inserir um sistema de sugestões para que os clientes votem nas funcionalidades que eles julgam mais importantes no produto. O que esse produto deve ter? O que é mais importante? O que é trivial? Essa “enquete” digital pode orientar o desenvolvedor a entender o que deve vir primeiro no processo de melhoria contínua de seu negócio.
• Valor x custo
Que tal hierarquizar os itens de um produto de acordo com o nível de benefício que seus usuários podem tirar dele? A partir dessa concepção, é possível desenvolver um gráfico com dois eixos (valor x custo), que servirá de base para entender quais itens têm o menor custo em paralelo com o maior valor agregado.
• Análise de Kano
A ideia aqui é posicionar cada item no paralelo “necessidade x satisfação”. A partir disso, podemos encontrar três subclassificações para encaixar cada elemento de seu produto: mandatório (obrigatórios, básicos e inegociáveis), ok (importantes, mas não obrigatórios) e encantadores (diferenciais do produto). O recomendável é que qualquer produto tenha sempre todos os itens mandatórios, a maioria dos “ok” e alguns “encantadores”, que irão, de fato, vincular seu cliente ao seu negócio.
Enfim! O roadmap é, assim, um essencial roteiro de liberação de novas funcionalidades de um produto/serviço, cujas inserções serão feitas gradativamente ao longo de seu ciclo de vida, por meio de novas versões e melhorias. É um caminho planejado para que seu produto atinja a excelência, considerando os feedbacks dos clientes, os testes sucessivos, as novas tendências de mercado, as estratégia corporativas, etc.
A propósito, seu projeto já tem um roadmap correspondente, para criação de novas funcionalidades, correção de bugs e adequação às expectativas do cliente? Caso ainda não tenha nenhuma experiência com esse tipo de mapa, conte conosco para auxiliar sua equipe no desenvolvimento do seu negócio.
Vamos com tudo e vamos felizes!